Quantidade x Qualidade: o dilema (ainda não resolvido) do marketing digital

Antes de fundar a agência, lá em 2007, ajudei a implementar a área de digital de uma das maiores agências de relações públicas do Brasil. Pouco tempo depois da comunicação digital avançar – quando o Orkut já não era tão popular e o Yahoo! Respostas perdia a efetividade – surgiu o Facebook.

Foi aí que nasceram as boas e velhas perguntas: “como fazemos para ter mais seguidores?” ou “como conseguimos mais likes”?

No mercado, muita gente (infelizmente) prometia então quantidades homéricas de fãs para aumentar a base dos clientes. Apenas números indiscriminados, sem nenhuma estratégia ou qualificação. Tinha cliente comprando página pronta de outro produto só para ter os tão sonhados 6 dígitos.

Mas, devemos ignorar os números?

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Não, nunca podemos ignorar os números. Devemos combinar os fatores. 

Na prática: nicho + público-alvo + conteúdo = SUCESSO.

Agora estamos falando de estratégia.

Uma base de 100 mil pessoas, sem nenhuma conexão com seu negócio, não entrega aderência de marca nem pode gerar novos leads, enquanto uma base menor e segmentada, construída estrategicamente sob medida, será totalmente mais efetiva em todos os aspectos.

E aqui vale todo tipo de base: da rede social da sua marca, do seu mailing, da visitação do seu site, de ligações no seu call center, de pessoas entrando na sua loja.

Quantidade não traz qualidade.

Me lembro, já na EVERY, em um dos primeiros contatos com um grande cliente de um mercado extremamente complexo, para apresentar um plano de mídia. A reação que ele teve quando chegamos com uma campanha de advertising segmentada, que atingiria uma audiência estimada em pouco mais de 600 pessoas, não sai da minha cabeça. Era uma mistura de “WTF?” com “perdi meu tempo”.

A expectativa era atingir 600 mil pessoas.

Foi então que explicamos a estratégia e por todo esse discurso da qualidade vs quantidade, ainda mais com um budget pequeno, em que não seria possível atingir nem 10% da expectativa.

O cliente comprou a ideia e começamos a executar o plano. O resultado foi como esperado: máximo engajamento da base selecionada e otimização da verba do cliente! Atingimos um número de conversões muito além do que ele estava esperando ou havia pedido na reunião.

O que precisamos explicar, sempre, é que o poder da segmentação na internet está aí para ser usado e qualidade é o que mais importa – e dá pra conseguir. Vamos parar com os tiros de canhão, gente!

Precisamos entender que quantidade não é qualidade.

Provando qualidade com… números!

Bom, como deve ter percebido, sempre defendemos a qualidade acima de qualquer coisa. Em uma ação recente que fizemos para um cliente, recebemos a indicação de trabalhar com um influenciador só pela quantidade de seguidores que ele tinha nas redes sociais.

Fazendo nosso papel, então, defendemos a posição de que de nada adiantaria gastar mais e falar com uma base muito maior se:

  1. A base não tinha fit com o produto da marca;
  2. O influenciador não tinha de verdade utilizado o produto, então não saberia transmitir para essa base uma informação genuína, de qualidade.

Nossa sugestão: selecionar um influenciador com a cara da marca e que realmente já tinha usado o produto (e por isso poderia contar uma história verdadeira).

Só que aí morava o problema – o influenciador tinha uma base 8x menor do que a sugerida pelo cliente.

Moral da história: o cliente foi convencido pela nossa estratégia e os resultados foram fantásticos, com direito a elogio dos seguidores ao formato do publi que, de tão natural, nem parecia conteúdo patrocinado.

Um número por maior que seja, solto, é só um número. Agora, um número bem alinhado a sua estratégia de comunicação pode ser infinitamente mais efetivo.

Devagar, com situações como essas, vamos tentando resolver o dilema da quantidade x qualidade!

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