Cultura do cancelamento

Durante os últimos dias, vivemos diversos momentos e discussões intensas sobre “cancelados” e “canceladores”, cultura do cancelamento e o medo do cancelamento. 

Com apenas uma semana de programa, o BBB21 jogou ainda mais luz em uma discussão que já vinha crescendo nas redes sociais nos últimos meses. 

Os integrantes iniciaram a edição com uma roda de conversa com discursos motivadores sobre seguir em frente mesmo com o cancelamento, sobre enfrentar o medo de ser cancelado aqui fora como resposta a atitudes tomadas dentro do reality e sobre o receio de serem cancelados novamente por ações do passado. 

O discurso durou pouco. Não demorou para os integrantes protagonizarem cenas alarmantes entre canceladores e cancelados, o que refletiu diretamente na reputação (positiva ou negativa) dos participantes aqui fora. 

Movimentação de seguidores, para mais ou para menos, cancelamento de programas de tv e rompimento de contratos com marcas parceiras após pressão dos espectadores. Vamos entender melhor o que significa  tudo isso e como as marcas precisam se posicionar quando  sofrem – direta ou indiretamente – com o cancelamento de uma celebridade. 

O que é cancelamento? 

O cancelamento surgiu há alguns anos em um movimento para expor famosos com comportamentos criminosos, duvidosos ou prejudiciais para impedir que eles seguissem trabalhando e lucrando normalmente sem serem punidos por suas atitudes. O movimento ganhou força chamando a atenção para reflexões pautadas por racismo, feminismo, machismo, desigualdade social e outros movimentos. 

Nas redes sociais o movimento ganhou força (e talvez tenha saído um pouco do controle). Como sabemos, o tempo nas redes é sempre rápido e as coisas podem tomar proporções enormes em questão de minutos. Um comentário ou opinião mal formada, uma atitude impensada, tudo pode virar motivo de cancelamento. Foi assim que também surgiram os canceladores do tribunal da internet. Pessoas que julgam, o tempo todo, as atitudes dos famosos, influenciadores ou qualquer um que tenha alguma visibilidade. 

Mesmo com atitudes claramente questionáveis, como fazer uma festinha com muitos amigos no assustador início da pandemia, o cancelado pode pagar um preço muito alto ficando sob os holofotes do julgamento da Internet. Em alguns casos, como já vimos anteriormente, o cancelado pode sofrer diversos problemas psicológicos, que podem ser disparados por experiências anteriores que a pessoa possa ter vivido, implicando diretamente na saúde mental. 

O cancelamento pode ter um efeito de manada após o apoio de pessoas influentes e outros canceladores em potencial. Algumas opiniões sobre a cultura do cancelamento dizem que pode atrapalhar o aprendizado com os erros e trazer uma enorme necessidade apenas de se explicar e se desculpar, distorcendo o aprendizado que isso poderia trazer e levando até a crimes de tortura psicológica e injúria com os ataques e as ameaças. 

O que leva um cancelador a ser cancelado? 

Muitas vezes o cancelado é atacado por suas atitudes, provocando posicionamentos de famosos, parceiros e marcas. No entanto, quando alguém julga atitudes ou opiniões alheias, faz isso com base em suas próprias referências, cultura e experiências de vida, além das próprias definições do que é certo ou errado com base na sociedade que vivemos. 

Nem sempre a forma como isso é feito condiz com a proporção do cancelamento. Atitudes extremas podem despertar um efeito cascata nas pessoas que também foram afetadas pela situação ou ofendidas anteriormente, pela mesma pessoa ou por uma situação semelhante, o que pode afetar o senso de julgamento daquela situação específica e destilar um discurso de ódio e atitudes violentas para o cancelado em larga escala.

Seria ideal que, entre os dois lados – quem julga e o julgado, houvesse um diálogo não-violento da melhor maneira possível e, em casos extremos, levar o caso para que as autoridades possam agir de acordo.

E quando a marca sofre pelo cancelado ou sofre o cancelamento?

De uns tempos para cá, não só a pessoa que comete os erros é cobrada por uma mudança de atitude. As marcas que trabalham com essa pessoa, são representadas por ela ou são parceiras de alguma forma são cobradas por um posicionamento ou atitude. Ter seu nome associado a alguém cancelado também é altamente prejudicial. Vale lembrar que as próprias marcas com uma conduta ou comportamento negativo podem ser canceladas e altamente prejudicadas. 

Há influenciadores que perderam parceria com nove marcas de uma só vez e todas foram fortemente cobradas por uma resposta, até de forma agressiva nas redes sociais, e sofreram com ameaças de boicote. Mesmo quando os canceladores não têm todas as informações do caso, como supostos envolvimentos e traições de casais famosos, marcas são cobradas por um posicionamento. Muitas são levadas a deixar as parcerias até o caso se resolver. Uma marca não quer ser representada por alguém com uma fala homofóbica ou racista, por exemplo. 

É ideal que a marca sempre pesquise sobre o influenciador ou famoso que vá representá-la antes de qualquer parceria para evitar qualquer conflito. No entanto, quando acontece alguma coisa inesperadamente, é preciso agir rápido, entender a situação e avaliar a postura e os propósitos de marca que estão sendo feridos na situação.

Pode parecer óbvio, mas ainda assim vale a pena falar: se você não quer o nome da sua empresa envolvido em um cancelamento, o ideal é que sua marca também não se envolva no cancelamento alheio. A Skol resolveu brincar com a situação da Karol Conká no BBB21, mas se arrependeu logo em seguida e deletou o post. 

Uma marca também pode se cancelar sozinha. Posicionamentos políticos e sociais que vão contra o momento que a sociedade está vivendo podem atiçar os canceladores, que não poupam esforços para promover um boicote à marca. Um exemplo não muito antigo foi a rede de restaurantes Madero, quando o dono se pronunciou contra o isolamento social e as recomendações da ONU, lá no começo da pandemia.

Em alguns casos raros, existe o cancelamento que se torna positivo. A Natura teve sua campanha de Dia dos Pais de 2020 atacada nas redes sociais por ter convidado Thammy Miranda, um homem trans, para produzir conteúdos patrocinados. Os ataques por parte dos mais conservadores abriram uma grande oportunidade para a empresa mostrar seu posicionamento perante a situação e manter sua campanha no ar, o que repercutiu de forma positiva para a marca e trouxe visibilidade para o movimento trans e LGBTQI+. 

https://www.instagram.com/p/CC9cSZHJ31a/

A cultura do cancelamento está entre nós e não vai embora tão cedo. Mas não precisa ter medo: você pode contar com a EVERY para ter o melhor planejamento em marketing digital, com conteúdos de qualidade e parcerias sólidas com influenciadores. Já foi cancelado ou está passando por isso agora? Não tem problema, na EVERY também fazemos gestão de crise. Entre em contato com a gente! 

Compartilhar

Facebook
LinkedIn
Twitter
Pinterest
WhatsApp

deixe seu comentário

posts relacionados