Primeiramente, escrever um texto de retrospectiva de 2020 não é uma tarefa fácil. Pois, além de todos nós sabermos o ano que enfrentamos, ainda corro o grande risco de repetir o que estão todos dizendo por aí – seja on ou offline.
Por isso, eu resolvi pensar em duas questões que nos mobilizaram de alguma maneira neste ano: saúde mental e Internet. A gente fala muito sobre Internet há vários anos e (ainda bem) vêm crescendo também as conversas em torno de saúde mental.
Por exemplo, basta a gente fazer uma consulta rápida nas buscas feitas no Google com relação ao termo “saúde mental” desde 2019. É espantoso o pico em 2020, mais especificamente em junho.
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Ou seja, com todo mundo trabalhando, se divertindo e se informando por computador e/ou celular era inevitável o aumento do uso da Internet também. No caso do Brasil, subiu cerca de 50% durante a pandemia, de acordo com a Anatel.
PARA COMEÇAR: JÁ OUVIU FALAR EM MUNDO VUCA?
Sobretudo, Antes de me dedicar a olhar para este ano que ferveu com a pandemia, queria fazer um recorte aqui: Lembrar de algumas conversas que já permeavam o fim de 2019 e começo de 2020.
Um destes assuntos era exatamente o “VUCA”. Este termo é a junção de quatro palavras: Volatility (Volatilidade), Uncertainty (Incerteza) Complexity (Complexidade) e Ambiguity (Ambiguidade). Ele foi adotado para caracterizar um mundo com grande volume e velocidade de informações que exige nossa resposta e mudanças rápidas às situações que nos são apresentadas.
É complexo? Muito. E, por isso, quero trazer este recorte aqui. Podemos partir da premissa de que esse era um cenário pré-pandemia: a gente já se via obrigado a lidar com um mundo em ritmo acelerado, em constante mudança, que já demandava nossa agilidade de adaptação.
Uma pesquisa conduzida pela MindMiners (janeiro/2020) trouxe alguns dados importantes e suficientes para que a gente repensasse o mundo antes mesmo da Covid-19:
40% disseram considerar sua rotina pouco equilibrada na divisão de tempo para trabalho, lazer, tarefas domésticas e cuidados pessoais.
Fonte: MindMiners
63% concordou em algum grau com a afirmação “Gostaria de ter mais clareza sobre como estará o mundo no futuro para tomar decisões em relação a vida pessoal”.
Fonte: MindMiners
Nesse sentido, concorda comigo que esses dois dados acima encaixam 100% com a realidade da pandemia? Só por essas frases acima, a gente já percebe que o desequilíbrio estava instalado. A gente talvez ainda só não tivesse parado e olhado para isso. O que 2020 fez? Colocou em modo turbo e obrigou a gente a lidar com tudo isso – sem nem poder sair de casa. Ou seja, se a saúde mental já andava abalada, essa preocupação só aumentou ao longo do ano.
MAS, POR QUE 2020 FOI DIFERENTE? (ALÉM DOS MOTIVOS ÓBVIOS, É CLARO)
Para mim, que trabalho em uma agência que respira digital e é especializada no mercado de saúde, essas questões têm mais importância ainda.
Em um ano que ficamos trancados dentro de casa, a Internet foi nossa principal maneira de enxergar a vida: trabalhamos conectados, nos divertimos conectados, nos informamos conectados, matamos a saudade conectados e cuidamos da nossa saúde mental conectados!
E não foi uma tarefa fácil. Uma vez que, muitas pessoas passaram por inúmeros momentos durante o isolamento social. Recomendo a leitura de “Vida na Quarentena”, levantamento feito pelo Google. Olhar para esses números agora, pode até parecer um pouco olhar para o passado. Mas, no auge da primeira onda, saber que todos estavam se sentindo mais ou menos da mesma forma pode ter sido um grande alívio para quem buscava respostas na Internet.
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Desse modo, conciliar trabalho, família, vida doméstica, saúde mental, alimentação e todos os demais aspectos da vida dentro de casa foi um desafio e tanto. De um cômodo para o outro, a gente se desconectava do trabalho para conectar com a família e vice-versa. Uma vida toda forçada a caber entre 4 paredes. Cuidar da saúde mental teve que virar um ritual.
Ainda assim, importante também lembrar neste momento que cuidar da sua saúde mental não é frescura. Temos dados que comprovam aumento nos quadros de ansiedade de 8,7% para 14,9% e de pessoas com depressão de 4,2% para 8,0% entre março e abril de 2020.
“A falta de contatos sociais traz riscos à saúde comparáveis a fumar 15 cigarros por dia e chega a ser duas vezes mais danosa que a obesidade.”
Fonte: Veja/Universidade Brigham Young
COMO A INTERNET TROUXE RESPOSTAS PARA AS NOVAS DEMANDAS
Muitas vezes definida como tóxica e hostil, a Internet abriu espaço para o autocuidado e algumas marcas, veículos de comunicação e criadores de conteúdo foram um porto seguro para quem buscava um pouco de equilíbrio para a saúde mental.
Nesse sentido, uma pesquisa encomendada pelo Grupo Abril, com mais de 4 mil respondentes, apontou que navegar na Internet era a principal escolha dos entrevistados para preservar a cabeça durante a crise.
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O Youtube fez modificações no canal oficial e fechou parceria com creators para trazer um pouco mais de tranquilidade para um momento de incertezas.
Drauzio Varella, Felipe Castanhari, Marcelo Tas, Nathalia Arcuri, Gabi Oliveira, Lorelay Fox e muitos outros nomes conhecidos em diversas áreas trouxeram olhares diferentes e expertises para esta série de vídeos. Se quiser conferir, basta clicar abaixo ou procurar por “#FiqueEmCasa e Cuide-se #Comigo” direto na plataforma.
O HCor, um dos hospitais mais renomados do Brasil e nosso cliente aqui na EVERY, também fez sua parte para levar conteúdo informativo e de qualidade em um momento tão delicado.
Estamos falando de uma comunicação empática e humanizada que enxergamos como propósito de marca para quem está no setor da saúde. Juntos, criamos inúmeros conteúdos sobre prevenção, explicando como a Covid-19 funcionava, educando sobre boas práticas e ainda pudemos nos dedicar ao cuidado com a saúde mental de nossos seguidores.
E, por falar em conteúdo pensado para o momento que o público está vivendo, quero ressaltar que conteúdo humanizado e empático são pilares importantes aqui na EVERY. Ter uma produção de conteúdo cuidadosa faz a diferença nas nossas entregas. Recomendo a leitura de um outro artigo aqui do nosso blog: Produção de conteúdo: o problema que você nem sabia que tinha.
OK, MAS COMO FICA 2021?
Antes que a gente seja tomado pela avalanche de demandas, novas tecnologias, tendências e plataformas, acho que o ano pede pelo menos um momento de parar, olhar para as mudanças, enxergar as coisas que perderam o significado e dar valor a coisas novas que hoje fazem sentido.
- Quem diria que a gente executaria um trabalho remoto tão bem?
- Que investimentos milionários seriam engavetados por conta de um vírus?
- Que seria possível “parar” o mundo?
Pensando nisso, divido algumas reflexões que podem te ajudar a encarar 2021:
- Qualidade X quantidade. Cuidado com o volume de informações que você consome sem nem ter tempo de digerir. É essencial estar bem informado, mas é igualmente essencial poder refletir sobre o que você está consumindo. E não se esqueça: escolha sempre fontes de informação confiáveis!
- Deixe de lado a frase “A gente sempre fez assim”. Precisamos de respostas para o mundo que teremos de agora em diante. Talvez o que você sempre fez já não faça mais sentido hoje.
- Abrace o novo: a gente sempre pode aprender e crescer com as mudanças, desde que elas façam sentido para a nossa vida.
Em resumo, a minha modesta recomendação para 2021 é: o que faz sentido para você depois de 2020?
Bom ano para todos!