Uma simples busca e pronto: links e mais links estão lá, a um clique de distância, com fórmulas, dicas e “receitas de bolo” para se fazer um planejamento de marketing digital ideal para uma marca/empresa.
Claro que não faltam (boas) literaturas e documentações das experiências dos profissionais do mercado. Sobram materiais disponíveis para pesquisas, referências e insights.
Invariavelmente, os resultados encontrados contemplam uma listinha matadora muito semelhante a esta:
1. Pesquise o mercado e encontre um “espaço” para posicionar a marca.
2. Defina objetivos claros.
3. Defina um público-alvo e conheça tudo sobre ele.
4. Escolha plataformas e canais ideais para marcar presença.
5. Conteúdo: vai falar sobre o que? De que forma? Tenha personas.
6. Defina KPIs para cada ativação.
Esteja preparado para ouvir e interagir.
1. Dedique-se a fazer o monitoramento da sua marca.
2. Mensure o retorno das ações.
3. Colete dados.
4. Aprenda com os resultados.
5. Aprimore o processo todo para a próxima ativação.
Nenhuma novidade, não é? Certeza que você já se deparou com passo-a-passo desses por aí, em algum blog perdido ou até naquela palestra que você se programou (e até pagou) para assistir.
Sem nenhum juízo de valor, cada item, se não nessa ordem cronológica de organização, tem fundamental importância na construção de um planejamento de marketing digital.
Mas a discussão que queremos trazer aqui vai um pouquinho além. Vai na origem da concepção de listas como essa – o que, aqui, vamos chamar de pré-planejamento de marketing digital.
Não, não será um textão para discutir o “sexo dos anjos”. Metodologias e processos para a construção de qualquer coisa são resultados de muitas variáveis; de contextos; das expertises individuais às condições da aplicação da teoria na prática. Ainda mais quando falamos de comunicação e marketing.
O que queremos aqui é jogar luz em algumas questões que tendem a dificultar a execução do melhor planejamento de marketing digital que a marca pode ter.
A ideia é provocar uma reflexão. Afinal, se o job do dia é planejar, o job do dia, na verdade, é pensar, pensar, pensar … até dar sentido às ideias e construir caminhos para levar a marca onde ela quer chegar.
Nós x eles
Uma prática comum do mercado é deixar o digital nas mãos de uma agência que não tem a conta de branding. Não vamos nem entrar na discussão se isso é bom ou ruim, se ajuda ou se atrapalha.
O ponto é: se a agência digital for a responsável “apenas” por desdobrar o que a agência de marca criou e definiu (já ouviu isso na vida, né?), o sucesso da nossa listinha acima já fica mais comprometido.
Tratar o digital como satélite ou um apêndice da estratégia de comunicação da marca não costuma dar bom resultado. Pelo contrário.
Nos cansamos de ver (e participar de) jobs lançados sem um link real com o negócio do cliente; sem um objetivo para cumprir na construção da marca; ou até mesmo gerando leads desqualificados simplesmente porque não houve um completo alinhamento entre a equipe comercial e a segmentação da campanha de adwords.
Pior: quem nunca viu uma marca caminhando para um lado no “off” enquanto, no digital, seguia com outra cara, até com outra “personalidade”?
Sabe o que faltou para isso acontecer? Faltou a boa provocação.
Boas provocações
Acreditamos nas provocações. Nas boas provocações; aquelas que constroem, iluminam e fazem a gente a sair do lugar comum. Por mais que pareça ser exatamente o oposto, questionamentos e debates frequentes entre agências e clientes são a melhor forma de evitar gastos desnecessários de energia, tempo e dinheiro.
É fácil? Não.
O cliente adora “abrir o jogo” toda hora? Também não.
Mas vale a insistência, viu agência? Vale também, por que não, a provocação sadia por parte do cliente na busca por entregas cada vez mais criativas e assertivas.
Como diria a Chiquinha, “Da discussão nasce a luz!”.
Yes, we can!
Olha só a diferença que faz no resultado quando conseguimos nos provocar, sempre pensando em resultados!
Na EVERY prezamos pelas conversas. Se queremos criar conversas lá fora, é obrigação conversar e discutir aqui dentro com nossos clientes. Nesses cases, sentamos e discutimos a melhor forma de ir além da entrega criativa. Pensamos em resultados, em ROI, em resolução de problema. Ou seja: pré-planejamos!
Saideira!
E só pra não ficar tão distante dos textos que costumam trazer dicas para o digital, que tal uma listinha matadora dos segredos de um bom “pré-planejamento de marketing digital”?
1. Briefing bom é briefing ao vivo.
2. De-briefing bom é aquele que “incomoda” o cliente.
3. Planejamento de Marketing Digital foi feito para mudar no dia seguinte. Resiliência é a chave de tudo!
4. Tire um tempo para ler (de tudo) e buscar referências. Seu chefe vai entender. Isso é trabalho e é o que estimula a criatividade.
5. Planejar é pensar. Pense só. Pense em grupo. Mas, por favor, pense antes de sair fazendo só por fazer.